Eu sou a filha mais velha de um casal ainda jovem, pra idade que tenho. Eles se casaram novinhos e mesmo esperando 3 anos pra ter o primeiro bebê eles me tiveram aos 24 anos. Dizem que eu fui muito desejada, planejada e bem-vinda. Antes de mim só tiveram meus primos mais velhos com 8 e 11 anos na época.
Devido ao meu avô por parte de mãe ser muito autoritário e careta, como ela começou a namorar meu pai aos 16 anos ele queria que eles casassem logo e minha mãe fosse trabalhar cedo, tanto que ela só pôde concluir o último ano do colegial depois que eu já tinha 2 anos, mas calma, já falo disso.
Então eu nasci e era tudo fofinho, tudo bonitinho e aos 2 meses eles descobriram que eu era cega. Pra eles foi um grande susto no começo, passando de médico em médico até um deles dizer:
"Olha, pais, se conformem, a filha de vocês não vai enxergar, mas se vocês incentivarem-na, a falta de visão não vai ser um problema pra ela, ela vai poder ser feliz assim mesmo." E ele tinha razão, a falta de visão realmente não faz parte do motivo do meu sofrimento, muito pelo contrário, eu vejo possibilidades e oportunidades que talvez se enxergasse não veria.
Minha mãe então se empenhou em tentar me fazer o mais independente possível, mas exagerou na dose... assim que eu desmamei aos 5 meses de idade, segundo ela devido a muita dor de ouvido que eu tinha ela me levou pra creche que ela mesma trabalhava, mas claro que em outra sala, mesmo contra os apelos e choros da minha avó paterna pra não fazer isso com uma bebê de 5 meses. Dizem que criança muito pequenininha não lembra das coisas, não traumatiza, ledo engano, eu lembro nitidamente de como era minha vida na creche... ouvindo a voz dela pela janela da outra sala e chorando muito, querendo-a e não podia, outras crianças me tomando brinquedos, me puxando os cabelos, me mordendo e como eu não estava vendo, pra mim aquilo era um terror, eu não sabia como me defender...
Pera aí, gente, deixa eu ir ali dar uma secada nas minhas lágrimas...
ok, passei alguns meses nesse sofrimento, mas haviam algumas tias que me consolavam quando eu começava a chorar desesperada sem nem entender o que me acontecia.
Porém quando eu tinha 1 ano de idade entrou uma vaca lá que era a típica carrasca de creche, que judiava sutilmente das crianças e eu sabia que principalmente de mim... ela me deixava todos os dias meia hora de castigo sentada em um penico, até que minha perna ficasse dolorida e rocha e eu não chorava, só ficava lá, morrendo de medo daquela mulher que tinha uma voz grossa e assustadora... por isso eu gosto de usar fraldas, peguei trauma de penicos e por mim, quando eu estivesse no modo bebê eu não usaria o banheiro de forma nenhuma, nem pra 1, nem pra 2.
Enfim, minha mãe descobriu através de uma amiga dela que essa maldita estava me judiando e me tirou da creche, mas aí o trauma já tinha se gravado em minha memória de menos de 2 anos de idade. Então ela me levou pra estimulação precoce que tinha pra cegos até 5 anos na época. Mas ela fazia assim, me levava lá, eu fazia a aula, terminava, ela me largava no portão no colo da minha tia e voltava pra creche.
Ruando eu pedia por ela, minhas tias que nunca tiveram muita paciência com criança chorando me mandavam calar a boca e me davam um brinquedo pra brincar.
Aos 5 anos eu fui pra escola regular e já tinha problemas, não queria ir, como era de manhã eu sempre queria ficar em casa com minha chupeta e meu cheirinho. (Sim, eu usei chupeta, cheirinho e mamei até os 8 anos de idade)
Aos meus 6 anos nasceu meu primo e mais uma vez, eu fui deixada de lado. Elas diziam que eu era menor que ele, que tinha que dar o exemplo e ele podia fazer tudo que queria. nessa época, sempre que minha mãe ia trabalhar eu implorava a ela que não fosse, que ficasse comigo, mas nem sempre ela fazia e ainda por cima chegava em casa a tarde falando de como tinha sido o dia dela na creche e o que os catarrentos dela fizeram de bonitinho.
De vez em quando eu ia pra creche com ela pra ficar mais perto, mas não adiantava muito, porque o cheiro de berçário, os bebês sendo cuidados me remetiam de volta ao tempo citado lá atrás e eu me encolhia num canto e chorava, mas como sempre, ela achava que era manha.
9 anos, nasceu minha irmã. Não foi ruim porque ela fui eu que pedi, me sentia sozinha e queria uma companheirinha e eu devo agradecer a Deus por ela, pois mesmo estando na fase adolescente ela me ajuda muito...
Mas aí eu já pegava algumas fraldas dela com a desculpa de que era pras bonecas e à noite, quando estava todo mundo dormindo eu ia lá e colocava em mim, mas não fazia nada, era só pra ter a sensação.
Outros primos vieram e com eles o desejo aumentava e como eu já estava crescendo, começava a me sentir uma aberração.
Sempre que esses pensamentos vinham eu tentava afastar, achava que não era possível uma adolescente, adulta, depende da idade que eu tinha na época, querer usar fraldas e ser bebê.
A gota d'água mesmo foi quando veio meu primo que hoje está com 5 anos. Meu pai não teve um filho homem, então por isso acabou idolatrando o sobrinho. Tudo era ele, tudo pra ele, assim como é agora pra afilhada mais novinha deles.
Mas um dia a gente ia pro sítio do nosso amigo que já citei aqui no blog e adivinhem? Eles quiseram levar o pirralho junto. Ele só tinha 1 ano na época, estava começando a aprender as coisas e não dava paz pra ninguém, tanto é que enquanto todos ficavam correndo atrás dele e babando, eu fiquei largada no sofá deitada e eventualmente recebendo um pouco de comida ou um copo de refrigerante...
No dia seguinte a aquele foi o aniversário de outra priminha que não temos muito contato. Aí eu explodi... a essas alturas meus nervos já estavam à flor da pele e assim que cheguei em casa, liguei meu computador, (santa internet, santo google...) e pesquisei: "Pessoas adultas que gostam de usar fralda e serem tratados como bebê" e o final vocês já sabem, né? Bom, não vai ser nesse post que vou contar como foi a primeira fralda, a primeira chupeta e etc porque eu estou passando mal, gente...
até peço desculpas pois nem vou editar esse post, vai estar cheio de errinhos, mas dá pra entender, o principal eu consegui passar... hoje eu só quero ser uma bebezinha... agora vou lá que estou com dor de cabeça e acho que um pouco febril...
Fui!